Como todos os outros tecidos e órgãos do corpo, o pulmão é composto por células que normalmente se dividem e reproduzem-se de forma ordenada e controlada. Quando ocorre uma disfunção celular, alterando esse processo de divisão, as células passam a se multiplicar de forma desordenada e perdem a capacidade de morrer, resultando numa lesão tumoral, ou seja, num câncer de pulmão.
Existem dois tipos de câncer de pulmão, que são freqüentemente tratados de forma diferente. Um deles, denominado carcinoma não pequenas células, representa em média 75% dos tumores e corresponde a um grupo composto de três tipos histológicos. São eles: carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células. O outro grupo, chamado de carcinoma de pequenas células (oat-cell), acontece em aproximadamente 25% dos casos. É normalmente um câncer de crescimento rápido e pode se disseminar rapidamente para outros órgãos.
Os pulmões são constituídos por cinco lobos, três no pulmão direito e dois no esquerdo. Quando a pessoa inala o ar, os pulmões absorvem o oxigênio, que é levado ao resto do organismo pela corrente sanguínea. Na medida em que o organismo utiliza o oxigênio, cria-se gás carbônico, que é levado pela corrente sanguínea para os pulmões, onde é expelido.
Com exceção do câncer de pele, o de pulmão é o mais freqüente em todo o mundo, com 1,3 milhão de novos casos diagnosticados a cada ano. No Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o número de novos casos da doença em 2012 será de 27.320 pessoas.
O tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão, sendo responsável por nove entre dez ocorrências. Comparados com os não-fumantes, os tabagistas possuem 20 a 30 vezes mais chance de desenvolver câncer de pulmão.
Alguns outros fatores podem aumentar o risco de desenvolver o câncer de pulmão, como a exposição ao asbesto, infecções pulmonares de repetição, poluição, deficiência ou excesso de vitamina A, assim como fatores genéticos e histórico familiar.
Os principais sintomas do câncer de pulmão são a tosse constante, escarros com sangue, perda rápida de peso e de apetite e dispnéia (falta de ar). Em algumas situações, a dor torácica pode ser também o sintoma inicial.
Como o tabagismo é a principal causa da doença, parar de fumar é, sem dúvida, o primeiro passo para quem deseja uma vida saudável. Os fumantes passivos, vale lembrar, também sofrem os efeitos da fumaça do cigarro.
O estadiamento é a forma de descrever o câncer, informando se este está restrito a um local específico, se se disseminou para outros locais e se está afetando a função de outros órgãos do corpo. O estadiamento do câncer de pulmão não pequenas células e o de pulmão pequenas células é diferente. O primeiro é descrito por um número, do estágio um ao quatro. O segundo, por sua vez, é classificado em doença limitada ou doença extensa.
O câncer de pulmão é sempre tratável, não importa o tamanho, a localização, nem se o tumor se disseminou. Suas opções de tratamento dependem do tamanho e da localização do tumor, se o câncer se disseminou e do estado geral de saúde da pessoa. Existem três formas básicas de tratamento: cirurgia, quimioterapia e radioterapia, que podem ser aplicadas de maneira isolada ou conjunta. Assim como na maioria dos tipos de câncer, as opções de terapia são definidas dependendo da situação do paciente e do estágio da doença.
O objetivo da cirurgia é a remoção completa do tumor de pulmão, com a ressecção do tecido normal que o envolve (chamado de margem) e dos linfonodos regionais. O câncer de pulmão não pequenas células é tratado com uma combinação de cirurgia e quimioterapia e/ou radioterapia. O câncer de pulmão de pequenas células, por sua vez, é frequentemente tratado com quimioterapia e/ou radioterapia.
Os efeitos colaterais do tratamento podem ser prevenidos e controlados pelo seu médico e pela equipe que o está tratando.