Protetor solar não deve ser esquecido no inverno

Proteção contra o sol e diagnóstico precoce são armas contra o câncer de pele. Pesquisa americana aponta que neoplasia tem aumentando em jovens com menos de 40 anos
Engana-se quem acha que o protetor solar pode ficar na gaveta agora no inverno. Em dias nublados ou com o sol em menor intensidade também é necessário proteger-se contra o câncer de pele, tumor mais incidente no Brasil. Somente em 2012 foram registrados 140 mil novos casos da doença, segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer. “Infelizmente as pessoas não se conscientizaram de que esse tipo de câncer pode levar à morte”, alerta o Dr. Cid Buarque de Gusmão, oncologista clínico e fundador do Centro de Combate ao Câncer.

Um estudo da Mayo Clinic, conduzido entre 1970 e 2009 nos Estados Unidos, analisou um grupo de pessoas entre 18 e 39 anos, chegando a conclusão de que o melonoma aumentou consideravelmente principalmente em mulheres antes da quarta década de vida pelo menos oito vezes no período em questão.

Predominante em pessoas de pele, olhos e cabelos claros, com sardas e pintas pelo corpo, o câncer de pele se divide em dois tipos: melanoma, mais agressivo e de alta letalidade (6 mil casos em 2012), e não melanoma, de maior incidência e de baixa mortalidade (134 mil casos em 2012). Apesar de não distinguir faixa etária ou sexo, esse tipo de tumor acomete principalmente as pessoas a partir dos 40 anos.

O melanoma, cuja origem está nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele), é mais grave por se tratar de uma neoplasia agressiva, com uma alta ocorrência de metástases. Estudos apontam que caso não seja tratado em até um ano do aparecimento da lesão, o melanoma pode ser fatal em 75% dos casos. Já entre os tipos de câncer não melanoma, que são mais comuns e menos agressivos, estão o carcinoma basocelular (70% dos casos, originário nas células dos folículos pilosos) e o carcinoma epidermoide (25% dos casos, originário na camada espidérmica da pele).

Apesar de básicas e simples, as duas frentes de combate ao câncer de pele são obstáculos a serem ultrapassados. “Temos de educar a população para a importância da prevenção, alertando sobre os cuidados a serem tomados durante a exposição solar, e para o diagnóstico precoce, já que mais de 50% dos casos são tratáveis quando identificados em estágio inicial”, afirma o Dr. Cid Buarque de Gusmão.

É essencial que as pessoas façam o autoexame na pele periodicamente: “É preciso prestar muita atenção ao aparecimento de pintas e manchas que mudam de cor, formato, tamanho, descamam, coçam, ardem e até sangram. As feridas que não cicatrizam em até 4 semanas constituem outro sinal de alerta. Na dúvida, o paciente deve procurar a ajuda de um especialista para fazer o diagnóstico correto”.

Como os raios solares possuem efeito cumulativo na pele, os médicos costumam dizer que o câncer de pele de hoje é resultado de todo o sol tomado na vida, desde a infância. Para o fundador do CCC, os adultos devem proteger e ensinar as crianças a se cuidarem desde os primeiros meses de vida. “Num país como o Brasil, o protetor solar deve se tornar produto indispensável e de uso diário, principalmente para aquelas pessoas que têm casos de câncer na família, já tiveram algum tipo de tumor de pele e ficam horas ao sol. As barreiras físicas de proteção, como camisetas, chapéus, bonés, guarda-sol e óculos escuros, também não devem ser esquecidas.”

Mas como adquirir o melhor protetor? O ideal é optar por um produto com FPS (Fator de Proteção Solar) entre 15 e 30, no mínimo. Quanto mais clara a pele, mais alto deve ser este valor. “O FPS 50 é suficiente, não é necessário ir além deste grau de proteção, pois não há diferença na ação do produto, sem contar que são mais caros”, informa.

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