A importância do acompanhamento psicológico durante o tratamento do câncer.
As pessoas diagnosticadas com câncer, frequentemente se confrontam com desafios contínuos e duradouros, que podem desencadear questionamentos e inúmeras reações emocionais, associadas à natureza ameaçadora da doença e às exigências dos tratamentos. É comum elevar os níveis de ansiedade e preocupação em relação à doença, além dos sentimentos de tristeza, irritação, incertezas ou raiva decorrentes das mudanças que estão ocorrendo em sua vida e da sua família. Entretanto, a resposta psicológica ao câncer é individual e vai depender de todos os significados que esse diagnóstico tem para o indivíduo. Em geral, essas respostas são manifestações reativas aos fatores estressantes que estão sendo vivenciados e, raramente representam uma psicopatologia. Muitas vezes, as pessoas com câncer sofrem em silêncio, sendo que expressar as suas preocupações e dificuldades emocionais poderia aliviar a sobrecarga e facilitar o enfrentamento desse momento difícil.
O psicólogo, como membro integrante da equipe oncológica, tem a função de avaliar sistematicamente essas pessoas com o diagnóstico e em tratamento de câncer, para que possa reconhecer os processos psicológicos, sociais, comportamentais e existenciais que o paciente e a sua família utilizam para lidar com o impacto emocional causado pela doença. O rastreamento dos aspectos psicoemocionais, como parte de uma rotina de cuidados psicossociais, conduz à compreensão dos mecanismos psicológicos e das estratégias de enfrentamento envolvidas no ajustamento do paciente nas diferentes fases da doença. A avaliação psicossocial orienta o psicólogo para traçar e implementar um plano de assistência psicossocial integral com vistas às dificuldades e necessidades individuais frente à doença. A identificação das questões e necessidades mais emergentes, possibilita intervir precocemente, cujo foco é atenuar o sofrimento emocional em múltiplas dimensões, assegurar a adesão aos tratamentos, facilitar a comunicação estabelecida com a equipe multiprofissional e promover a adaptação ao longo da trajetória da doença.
Dra. Elizabeth Barros – Psicóloga do Centro de Combate ao Câncer
