Uma nova realidade

Até alguns anos atrás, toda a oncologia clínica era baseada num conceito de quimioterapia citotóxica, isto é, toda medicação era feita buscando interromper a divisão celular, que ocorria de forma indiscriminada.

Esta terapia alcançou muitas vitórias contra inúmeros tipos de tumores. Aplicada em conjunto com a cirurgia e a radioterapia beneficiou numerosos pacientes com a cura.

Porém, nos últimos dez anos, uma verdadeira revolução aconteceu no tratamento do câncer. Fruto de pesquisas que tiveram início na década de 1980, um novo conceito conhecido como “terapia alvo” já é uma realidade no tratamento da doença. Graças aos avanços das pesquisas, principalmente no campo da genética, já é possível conhecer qual alteração metabólica está ocasionando a divisão anormal das células.

“Isso torna possível que se corrija essa alteração de maneira eficiente, sem interferir no crescimento das células saudáveis”, explica o oncologista Jorge Sabbaga, ex-médico associado ao Centro de Combate ao Câncer.

O médico aponta drogas como o Rituximabe, Cetuximabe, Trastuzumabe e Imatinibe como exemplos bem sucedidos desta nova classe de medicamentos. “Estas drogas inibem determinadas vias enzimáticas muito importantes para a formação de alguns tumores e com a sua utilização o que de fato se corrige é a causa da doença e não o seu efeito”.

Sabbaga explica que alguns desses remédios ainda são muitas vezes utilizados em conjunto com agentes terapêuticos mais tradicionais, mas que a tendência é esse cenário se inverter.

“Os resultados já obtidos com essa nova modalidade de terapia são tão animadores que é possível afirmar que em um futuro breve essa será a terapia utilizada preferencialmente no tratamento do câncer”.

 

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