Prevenção do câncer de cavidade oral, faringe e laringe
Os cânceres da cavidade oral, faringe e laringe apresentam características em comuns quanto à sua epidemiologia, fatores de risco, diagnóstico e tratamento. A cavidade oral diz respeito aos lábios, mucosa oral, gengivas e palato duro. A faringe engloba as amígdalas, base da língua e palato mole (estruturas muito relacionadas à deglutição). A laringe envolve a glote, cordas vocais e cartilagens adjacentes (relacionam-se principalmente à fonação e respiração).
Em grande parte dos casos, o paciente é o primeiro a detectar alguma alteração, como a presença de uma ferida ou nódulo na boca de difícil cicatrização. Outros sintomas, como dificuldade para engolir, dor no ouvido e nódulos (popularmente “ínguas”) no pescoço também devem ser observados.
Quando o tumor encontra-se na região da laringe, os sintomas mais comuns são rouquidão, engasgos e tosse com sangue. Algumas vezes, o dentista torna-se o responsável pelo diagnóstico, mas os médicos especialistas que devem ser procurados no caso de suspeita desta doença são os cirurgiões de cabeça e pescoço ou otorrinolaringologistas.
De acordo com o Dr. Ariel Kann, ex-médico oncologista do Centro de Combate ao Câncer, a chance de acometimento por estes tumores é maior nas pessoas que tem o hábito de fumar e ingerir bebidas alcoólicas. “A chance de desenvolverem tumor maligno desta região chega a ser 25 vezes maior em tabagistas, 25 vezes maior em etilistas e 200 vezes maior nos indivíduos com ambos os vícios”. Outros fatores de risco para esta doença são: infecção por HPV, radioterapia prévia nesta região, má higiene oral, inflamações crônicas (por exemplo, por próteses dentárias não adequadamente ajustadas).
O diagnóstico se dá por meio da biópsia da lesão, e a extensão da doença deve sempre ser avaliada por meio de tomografia ou ressonância. O PET/CT também tem se mostrado uma ferramenta útil em alguns casos.
Como a maioria dos cânceres, se detectados nos estágios iniciais, os tumores da cavidade oral, faringe e laringe têm grande porcentagem de cura. Os tumores mais avançados são de tratamento mais difícil e empregam quimio e radioterapia. O tratamento deve ser sempre discutido com o oncologista uma vez que grandes avanços em termos de drogas, radioterapia e cirurgia ocorreram nos últimos anos.
A prevenção é fundamental, como explica o Dr. Ariel Kann: “Em primeiro lugar, a orientação é combater os vícios do tabaco e álcool. Mas é importante que os indivíduos com estes fatores de risco procurem periodicamente os especialistas para avaliação e exames”.
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