Atenção extra ao paciente
O programa Atenção Farmacêutica consolida a percepção do Centro de Combate ao Câncer de que o tratamento depende de ações conjuntas. Desde dezembro, o olhar mais próximo da equipe farmacêutica do CCC proporciona monitoramento contínuo do paciente e dos medicamentos prescritos pelo médico. A ação é supervisionada por Graziela Escobar, ex-farmacêutica responsável, que considera fundamental o acompanhamento para identificar possíveis efeitos colaterais dos medicamentos, aperfeiçoar o tratamento e esclarecer possíveis dúvidas dos pacientes em relação às prescrições médicas.
“Nosso trabalho é complementar ao trabalho do médico. Damos suporte ao tratamento mediante análises que possam melhorar a qualidade de vida do paciente e evitar qualquer conflito entre medicamentos que levem a efeitos colaterais desnecessários. Também buscamos a redução do efeito da combinação de medicamentos”, explica. Nas fases iniciais do projeto são desenvolvidos estudos sobre o histórico do paciente e realizada entrevista pessoal para a aproximação com os profissionais do Centro de Combate ao Câncer.
É importante conhecer bem os medicamentos e o tratamento de cada paciente. “Estudos internacionais demonstram que aproximadamente 20% dos pacientes cometem equívocos na hora de tomar os remédios por não entenderem a prescrição ou não conseguirem adequar os horários de administração”, explica a farmacêutica. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já obriga a realização de análises farmacêuticas das prescrições de quimioterapia. Porém, o programa Atenção Farmacêutica é um passo à frente para evitar erros ao longo do tratamento.
Como o câncer exige longos períodos de tratamento é preciso ficar atento à toxicidade dos medicamentos, principalmente em alguns casos quando o paciente utiliza medicamentos fitoterápicos como tratamento complementar e não comunica o médico. “Alguns chás ou ervas podem apresentar toxicidade”, alerta Graziela. O programa prevê também monitoramento na utilização de outros medicamentos regulares de patologias pré-existentes, como hipertensão e diabetes, que podem ou não ser concomitantes. “Por isso, é preciso atenção extra para não haver excesso de dosagens e nem potencializar efeitos colaterais”.
Como apenas o médico prescreve medicamentos, o trabalho realizado pela equipe farmacêutica consiste na triagem, análise e nas recomendações prescritas pelos médicos.