29 de Agosto – Dia nacional de combate ao fumo

Os prejuízos à saúde, decorrentes do hábito de fumar estão atualmente bem estabelecidos, com repercussões danosas que representam um problema de saúde pública, não só nos países desenvolvidos como também em países em desenvolvimento, como o Brasil.
As estatísticas revelam que o consumo de tabaco aumenta o risco de mortes prematuras e limitações físicas, com índices que chegam a 200 mil mortes por ano no Brasil, sendo que o câncer de pulmão é apontado como a principal causa.
Dados do Ministério da Saúde apontam que o percentual de fumantes caiu 28% nos últimos oito anos no Brasil, em decorrência de ações de controle do tabaco implementadas no País. A expectativa é que esse índice diminua ainda mais com a adesão às campanhas incentivando a cessação do uso do tabaco, instituidas pela Organização Mundial da Saúde, e pela regulamentação de leis, como é o caso da lei federal 12.546, que proíbe fumar em locais fechados e de uso coletivo em todo território nacional, medida adotada para proteger a população dos riscos do tabagismo passivo em ambientes públicos, locais de trabalho e meios de transporte.
Este ano, em comemoração ao Dia Mundial sem Tabaco, foi apresentada uma investigação da Pesquisa Internacional de Tabagismo (ITC), realizada em 22 países, incluindo o Brasil, que teve o objetivo de avaliar os pontos fortes e fracos da política nacional de controle do tabagismo. Os resultados demonstraram que o Brasil tem alcançado grande progresso no que diz respeito à adoção de advertências nas embalagens de cigarro; proibição de fumar nos ambientes de trabalho e recintos coletivos; e proibição de publicidade.
A pesquisa em nosso País avaliou fumantes, não fumantes e ex-fumantes residentes no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Os dados revelam que a maioria dos fumantes (entre 85% a 89%) declarou arrependimento por ter começado a fumar; mais da metade dos fumantes (69%) referiu acreditar que a sociedade brasileira desaprova o tabagismo e que tem opinião negativa sobre o tabagismo. Dentre os participantes, 54% declararam ser altamente dependente do cigarro e 80% dos respondentes referiram já ter tentado parar pelo menos uma vez.
Os resultados mostram ainda que as razões mais citadas pelos fumantes que pensam em parar de fumar e pelos ex-fumantes que deixaram de vez o cigarro, foram: preocupação com a saúde; dar bom exemplo aos filhos; preocupação com o efeito do tabagismo passivo; e as advertências sanitárias nos maços.
O país já alcançou muitos avanços na luta contra o tabagismo. No entanto, o fortalecimento de medidas visando o controle do uso do tabaco precisa ser alvo constante de atenção, assim como é preciso intensificar as ações educativas antitabagismo, uma vez que seus efeitos sobre a morbidade e mortalidade ainda poderão ser observados nas próximas décadas, o que exige o fortalecimento de ações para o seu controle.
Há cada vez mais evidências apontando para o risco potencial associado ao hábito de fumar. Entretanto, mesmo conhecendo os malefícios decorrentes de seu consumo, várias pessoas permanecem fumando por acharem que não serão afetadas pelos males do cigarro, com a justificativa de que as pesquisas são exageradas. Assim sendo, criam mecanismos psíquicos para evitar ou adiar a decisão de parar de fumar por imaginarem que vai ser tão difícil ficar sem o cigarro que é melhor nem tentar.
As pessoas fumam por vários motivos e para lidar com diversas situações e, aprender a identificar essas situações é fundamental para poder enfrentá-las e superá-las. Existem diversos métodos para deixar de fumar e procurar a ajuda profissional irá elevar as chances de cessar o fumo e fará com que o processo de parada seja mais fácil.
O Centro de Combate ao Câncer é uma instituição que valoriza a saúde de seus pacientes e familiares, de sua equipe de colaboradores e das pessoas que frenquentam o seu ambiente. Promove ações de apoio e incentivo para elevar o controle do tabagismo, por meio de atividades com abordagens educativas, de divulgação e intervencionais para a cessação. Oferece tratamento especializado por meio do Programa de Cessação do Tabagismo, implantado para auxiliar os fumantes a abandonar o vício, que conta com uma assistência multiprofissional, composta por médico, psicólogo e nutricionista.
Os profissionais são capacitados para avaliar e desenvolver um plano individualizado de tratamento ao tabagista. Os participantes passam por avaliações físicas, psicológicas e nutricionais, que permitem rastrear o grau de dependência da nicotina, a sua motivação para largar o cigarro, o nível de ansiedade, de depressão, o estilo de vida, os hábitos alimentares, e outros fatores associados à qualidade de vida do fumante.

ELIZABETH NUNES DE BARROS
Psicóloga, Mestre em Oncologia, Coordenadora do setor de Psicologia e do Programa de Cessação do Tabagismo do Centro de Combate ao Câncer

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